Brasil bate recorde de transplantes e quer reduzir negativas de doação de órgãos
Ministério da Saúde vai lançar programa em setembro para conscientizar famílias sobre a importância da doação
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Em 2024, o Brasil bateu o recorde de transplantes de órgãos e tecidos realizados em um único ano. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, foram 30 mil procedimentos, sendo 85% deles feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O crescimento do número de procedimentos é de 18% em relação a 2022. Segundo os dados apresentados, o SUS destinou R$ 1,47 bilhão para doações, exames e transplantes no ano ado.
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Principais transplantes realizados em 2024
Órgãos sólidos
- Rim - 6.320
- Fígado - 2.454
Tecidos
- Córnea - 17.107
- Medula óssea - 3.743
Plano para reduzir número de famílias que recusam doação
A expectativa da pasta, agora, é reduzir em pelo menos 15% o índice de recusa das famílias à doação de órgãos de entes com morte cerebral. Para isso, o Ministério pretende lançar em setembro um programa para realizar a busca ativa por doação. As informações foram adiantadas nesta quarta-feira (4) em entrevista coletiva à imprensa.
Segundo a apresentação da pasta, 55% das famílias entrevistadas no ano ado autorizaram a doação de órgãos. Apesar disso, o Brasil ainda tem uma alta demanda por rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387), por exemplo. Cerca de 78 mil pessoas aguardam uma doação.
Por isso, o Ministério da Saúde pretende reduzir o número de famílias que recusam o procedimento. Para isso, o programa que será lançado em setembro vai capacitar, monitorar e financiar equipes com foco em entrevistas familiares.
Outra ação será uma parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira para formação de profissionais.
“O nosso primeiro foco é reduzir a renúncia de doação pela família. Esse é um trabalho que as organizações de procura de órgão ajudam muito quando têm equipe qualificada. Se temos acolhimento e campanhas públicas, a gente consegue um impacto muito grande”, avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro adiantou: “Hoje, temos em torno de 45% de negativa [das famílias pela doação de órgão] e queremos reduzir pelo menos 15% dessa renúncia. Isso significa sensibilização das famílias e campanhas públicas”, reforçou.
Redução do tempo entre doação e transplante
O Ministério da Saúde também anunciou que vai implantar uma “prova cruzada virtual”, um exame feito para detectar se o receptor tem anticorpos contra o doador, para diminuir o índice de rejeição. Segundo os técnicos do ministério, a medida vai agilizar o processo de distribuição de órgãos.
A pasta também vai reajustar em pelo menos 81% o valor pago pelos líquidos de preservação de órgão.
O ministério também apoia uma pesquisa nacional sobre xenotransplante suíno. O estudo avalia a possibilidade de produzir órgãos de suínos geneticamente modificados para transplante em humanos.
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